Em um daqueles dias chuvosos que você está sozinha em casa, fica ouvindo as gotinhas da chuva caindo na sua janela, bate aquela solidão repentina, você se sente fria, esquecida, e a garganta começa apertar como se estivesse perdendo o ar, os olhos se fecham e vão enchendo de lágrimas, e você chora, põe pra fora todo aquele sentimento ruim. O choro, mesmo que sendo sofrido alivia, acalma o coração. Esse bendito coração que se aproveita desses momentos pra gritar o que está se passando dentro dele. E junto com o choro vem aqueles arrependimentos ridículos de coisas, pessoas, situações... Que fez algo ou deixou de fazer. Aquela sensação de que foram cometidos só erros, e que está tudo dando errado por isso, por sua culpa. E nada parece ser certo, você perde o foco e se perde também. Fica mergulhada nas profundezas de um passado antigo e não consegue sair, passando na sua mente as lembranças dos momentos que marcaram. Dá a doida, e você pensa em chutar o balde e arriscar tudo, porque não há nada a perder. Já cansou de sempre pensar, pensar e pensar e acabar caindo no mesmo passado, nas mesmas lembranças acompanhadas do mesmo choro desesperado. Só caminhando na mesma triste e assombrada escuridão há anos, sem ver ao menos uma pequena luz, por menor que fosse. Não há nada, só você e um passando pra lhe assombrar até que tome coragem para encara-lo de uma vez, de frente. Seguir a vida sem enfrenta-lo seria inútil, pois ele voltaria a atormentar, e a cada chegada mais forte, mais doloroso. Mais dias chuvosos de solidão estariam por vir. E você, ao contrário desse passado, estaria cada vez mais fraca, mais frágil de ser atingida e machucada.
Mas sabe, é difícil fazer uma escolha, quando é sua felicidade que está em jogo...
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